terça-feira, 3 de março de 2009

entre...

Fazia tempo que não sentávamos e conversávamos sobre as futilidades da vida.
O café está quente, portanto, sente-se e escute minhas histórias.

Conheci tantos lugares. Você não consegue imaginar. Foi tudo fantástico. Pode acreditar.
Hoje felicidade irradia. O sol brilhou por entre minhas cortinas de material vagabundo lembrando um motel barato. Mas nunca estive em motéis.

É fato. Passar, bater palmas, dizer que está vivo, tomar um pequeno gole do seu café pequeno me faz bem.

não te ver me faz mal.

Por que nos afastamos? O que nos fez nos unir pode também nos fazer separar?

Fique mais querida. Logo a janta estará servida.

I.

terça-feira, 18 de março de 2008

Do sotaque e das alegrias

Sinto falta do teu riso. De quando você entrava por aquela porta dizendo alegrias. Sinto falta do teu sotaque e da tua fala corrida. E até de quando eu praguejava com seu nome, ou respirava fundo, contava até três olhando pro teto, pra não te dizer tudo o que você merecia.

Sinto falta de coisa mais antiga, de quando queríamos bem um ao outro, e queríamos estar juntos.

Sei bem quando tudo se quebrou, e o que foi que perdemos. Bem consigo me lembrar quando foi que tudo mudou. Mas até hoje não sei porque.

Ah!, por que você nunca me falou? Pode ter sido uma palavra minha, ou pode ter sido algo que passa a quilômetros de mim. Eu nunca saberei. Agora vou passar o resto da vida me perguntando o que foi que eu fiz.



L.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

a flor branca morreu


o dia foi cinzento e desagradável...

chuvoso também

e lá no fundo eu sabia que seria horrível...

o fim está próximo, pensei...

mas existe toda uma vida inteira que eu não tenho a mínima vontade de viver...

não adianta...

ontem foi o dia em que a flor branca morreu?

nunca se sabe ao certo, as plantas têm essa mania de florescer em lugares impensáveis...

e no que eu acredito?

prefiro não pensar, não acreditar...

de nada adianta...

um além-mar gigantesco e uma invasão de novos mundos...

aliás, sabe em que eu acredito MESMO? que alguns sentimentos não são para os fracos...

e eu sou muito forte...


devaneios... tristezas...



I.

domingo, 9 de dezembro de 2007

tempo

Abracei o tempo...

Ele me parecia triste, carcomido por ele mesmo...

Imagina ver tudo passar...

Todas as tristezas e agonias de todo mundo

TODO o mundo...

Perguntei se dava pra fazer alguma coisa...

Ele me respondeu que era só esperar o tempo passar...

Só esperar ele mesmo passar

Assim, sem ter nada que fazer...

Nada!

Deve ser triste ser o tempo



I.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Saudades de quê?

Saudade de um tempo que eu não quero que volte, mas... mas que, mesmo assim, faz falta. Dá vontade de ver de novo, do lado de fora, como uma peça de teatro, agachadinha ao lado da árvore, me vendo brincar.

Só pra lembrar de como eu me enganava, e achava que era feliz.

E de como eu gostava disso, mesmo sofrendo.

E de como eu tinha sonhos, e certezas sem fundamento.



L.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Tempo

Pensei, de verdade, que não fosse me recuperar. As coisas que ela me diz ficam martelando, e eu nem consigo dormir.

Mas foi assim da outra vez. Eu fui embora com a sensação de nunca mais enxergar a luz sem diáfanos.

E passou.

Levou tempo, e enquanto eu estava sufocada por aquelas palavras, tive medo de nunca mais tirar filtro da miséria dos meus olhos.

Mas passou. As palavras dela passam, sempre passam, e eu continuo como intocada.



L.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Balzaquianas mesmo

" (...) perdido num abismo de pensamentos, voando acima do mundo tal como ele é"

" (...) permaneceu ali durante um tempo incalculável, cinco minutos talvez. Foi uma eternidade"

" (...) vejo a poesia num lamaçal"


ele odeia essa corja que são os jornalistas, critica os poetas e parece não defender ninguém...

de que Balzac gostava?

talvez não fosse ódio, talvez só vontade de fazer sucesso...

insucesso quem sabe...

a vida anda corrida... aí não nos sobra tempo de escrever sobre ela...



I.