domingo, 21 de outubro de 2007

A flor branca...

Uma flor branca sobre uma mesa de mármore.

A menina a olhou. Olhou fixamente e nunca pensou que poderia lhe pertencer.

É linda.

Ela pensou.

E por mais que tenha pensado que não, sim, aquela flor lhe pertencia. E quem lhe tinha ofertado achava que aquela menina, prestes a se tornar uma mulher interessante, era uma rainha.

“É sua.” Falou a amiga.

“Minha?” Indagou, quase não acreditando, a menina.

“Minha!”

E essa menina, mal sabia, que ao aceitar a rosa estava entrelaçada eternamente com a história desse moço. Sim, o moço da rosa branca.

Eles se amaram e se desejaram sem o saber.

Pensaram um no outro.

E finalmente se encontraram.

E dançaram. Beijaram um ao outro.

Conversaram com olhares.

Eles se viram todos os dias.

E brigaram. E cantaram. E foram sendo felizes.

Ela partiu.

Eles choraram.

E a intensidade da beleza daquela rosa branca, lá do começo da história desses dois, fez com que o amor aumentasse. O amor virou satisfação de estar junto. Mesmo não estando.

O amor transformou, fez conhecer, fez indagar, fez dos momentos e dos lugares coisas inexplicáveis.

O amor é inexplicável.

Mas seria só amor? Não, não.

Eles se reencontravam. E não se viam. E se reencontravam. E não se achavam.

E até chegaram a pensar “não dá mais.”

Aí o moço partiu.

Foi além-mar.

Ela sofreu.

Chorou, chorou, chorou.

Ele também.

Chorou, chorou, chorou.

E ela ainda chora.

Ainda sente o cheiro repentino. Uma saudade que passa-e-não-passa.

Aí ela se lembra daquela flor lá do começo.

E lembra que ao aceitá-la entrelaçou sua vida eternamente a do moço.

Ela sorri. Um meio sorriso, de uma meia felicidade.

E ele?

Ele também sorri. Um meio sorriso, apesar de sempre largo, mas um sorriso de uma meia felicidade.

A flor...

É todo dia nela que a menina pensa...

Forma bonita de pensar no moço.

Forma bonita de tê-lo um pouco menos distante...



*uma história real



I.

3 comentários:

Anônimo disse...

lindo!

Renato Mendes (Bocão) disse...

um dia me proponho a reescrever a história com vc... está linda....
com certeza a vivência foi bem melhor e com uma riqueza de detalhes que só nós dois podemos lembrar e relembrar....
dizem que a perfeição não existe, mas as vezes a tocamos e nem sabemos como fazer que outros entendam, mas um pouquinho do gosto fica no ar e pode dar uma pequena amostra do que é viver intensamente sem as divisões didáticas entre alma-corpo-coração.

TAL disse...

eu conheço essa historia (L)

antes amar e sofrer do que nunca amar (=

eu acho!
*=