Uma flor branca sobre uma mesa de mármore.
A menina a olhou. Olhou fixamente e nunca pensou que poderia lhe pertencer.
É linda.
Ela pensou.
E por mais que tenha pensado que não, sim, aquela flor lhe pertencia. E quem lhe tinha ofertado achava que aquela menina, prestes a se tornar uma mulher interessante, era uma rainha.
“É sua.” Falou a amiga.
“Minha?” Indagou, quase não acreditando, a menina.
“Minha!”
E essa menina, mal sabia, que ao aceitar a rosa estava entrelaçada eternamente com a história desse moço. Sim, o moço da rosa branca.
Eles se amaram e se desejaram sem o saber.
Pensaram um no outro.
E finalmente se encontraram.
E dançaram. Beijaram um ao outro.
Conversaram com olhares.
Eles se viram todos os dias.
E brigaram. E cantaram. E foram sendo felizes.
Ela partiu.
Eles choraram.
E a intensidade da beleza daquela rosa branca, lá do começo da história desses dois, fez com que o amor aumentasse. O amor virou satisfação de estar junto. Mesmo não estando.
O amor transformou, fez conhecer, fez indagar, fez dos momentos e dos lugares coisas inexplicáveis.
O amor é inexplicável.
Mas seria só amor? Não, não.
Eles se reencontravam. E não se viam. E se reencontravam. E não se achavam.
E até chegaram a pensar “não dá mais.”
Aí o moço partiu.
Foi além-mar.
Ela sofreu.
Chorou, chorou, chorou.
Ele também.
Chorou, chorou, chorou.
E ela ainda chora.
Ainda sente o cheiro repentino. Uma saudade que passa-e-não-passa.
Aí ela se lembra daquela flor lá do começo.
E lembra que ao aceitá-la entrelaçou sua vida eternamente a do moço.
Ela sorri. Um meio sorriso, de uma meia felicidade.
E ele?
Ele também sorri. Um meio sorriso, apesar de sempre largo, mas um sorriso de uma meia felicidade.
A flor...
É todo dia nela que a menina pensa...
Forma bonita de pensar no moço.
Forma bonita de tê-lo um pouco menos distante...
*uma história real
I.
3 comentários:
lindo!
um dia me proponho a reescrever a história com vc... está linda....
com certeza a vivência foi bem melhor e com uma riqueza de detalhes que só nós dois podemos lembrar e relembrar....
dizem que a perfeição não existe, mas as vezes a tocamos e nem sabemos como fazer que outros entendam, mas um pouquinho do gosto fica no ar e pode dar uma pequena amostra do que é viver intensamente sem as divisões didáticas entre alma-corpo-coração.
eu conheço essa historia (L)
antes amar e sofrer do que nunca amar (=
eu acho!
*=
Postar um comentário